Moradores do Bairro Industrial em Guarapuava, Região Central do Paraná, estão recolhendo assinaturas contra a instalação de um novo cemitério na rua Mario Virmond, próximo de uma área rural com nascentes e poços artesianos. A comunidade teme que o chorume proveniente do cemitério contamine a água usada no consumo pelos moradores e nas plantações locais.
Segundo a moradora de uma chácara da região, Sônia de Fátima Cordeiro, mais de 100 assinaturas foram recolhidas contra a instalação do cemitério e o grupo deve se reunir nesta semana com o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) para pedir esclarecimentos sobre a licença prévia concedida ao município. "A prefeitura tem até agosto do próximo ano para providenciar as outras licenças necessárias. Mesmo assim, uma empreiteira já começou a cercar o terreno", criticou.
Sônia disse que os moradores das chácaras utilizam a água para consumo quando ocorrem problemas no abastecimento da região. "O cemitério já não foi construído em outro local por causa do risco de poluição no Rio Jordão. Agora, eles querem instalar o cemitério perto destas nascentes", acrescentou.
A empresária Monika Prasel Iauskiv, proprietária de uma fábrica de gelo, disse que bombeia a água do local para produção, conforme a exigência da Vigilância Sanitária. Ela também criticou a prefeitura, que teria prometido a utilização do invólucro plástico para reter o chorume. "Os riscos ambientais e a posição da comunidade precisam ser levados em conta na discussão", afirmou.
A FOLHA procurou a assessoria de imprensa da Prefeitura de Guarapuava, que respondeu que o secretário de Habitação não poderia prestar esclarecimentos na tarde de ontem.
Rafael Fantin
Reportagem local
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